sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

FICHAMENTO

FICHAMENTO MÓDULO 3 – UNIDADE 4
1 - IDENTIFICAÇÃO DA CURSISTA
NOME: Rosicleia Wagmaker
MUNICÍPIO: Boa Esperança
POLO: Pinheiros

2 – IDENTIFICAÇÃO DA UNIDADE
UNIDADE 4: Movimento Negro e Movimento de Mulheres Negras: uma Agenda Contra o Racismo
MÓDULO 3: POLÍTICAS PÚBLICAS E RAÇA.
DATA DE FINALIZAÇÃO DA UNIDADE 4: 02 de dezembro de 2011.

3 – QUAL O TEMA ABORDADO NA UNIDADE?

O tema abordado nesta unidade trata-se do movimento negro e principalmente o movimento de mulheres negras no Brasil, destacando a formação desses movimentos no século vinte, os protestos, a questão do preconceito de cor e suas alusões para as mulheres negras. Neste contexto abrange a formação do movimento negro depois do estado novo e o regime político da época, além das mobilizações importantes nesta luta contra os vários tipos de preconceito. Nesta conjuntura de preconceito surgem vários movimentos de negros e negros, intelectuais que se organizam para lutar pelos direitos de cidadão brasileiro, e assim ao longo do tempo e com uma grande demanda, começam a surgir as primeiras ações políticas no sentido de beneficiar os negros e as mulheres negras. Com tudo isso as reivindicações dos direitos começam a ficar mais freqüentes, principalmente por causa do nível de escolaridade que melhorou nos últimos anos, e isso contribui para a aplicação efetiva das leis e implantação de políticas públicas para recuperar ou ajudar essa população discriminada a ficar em igualdade de condições na sociedade. Essa igualdade ainda está caminhando, mas houve melhoras significativas, principalmente com a criação da Secretaria para a Promoção da Igualdade Racial.


4 – QUAIS OS PRINCIPAIS CONCEITOS APRESENTADOS NA UNIDADE?

A unidade quatro apresenta conceitos essenciais para o entendimento da atualidade em relação ao racismo em nosso país, mostrando as lutas para que políticas públicas surgissem para melhorar a inserção e valorização do negro e da negra na sociedade. O movimento negro moderno surgiu no Brasil no inicio do século vinte quando os primeiros protestos começaram por causa do preconceito de cor e com isso veio o surgimento da imprensa negra e das associações.

Nesse período surgiram atuações antirracistas próximas do que vemos hoje, onde os negros que construíram o país são desqualificados de várias formas e principalmente no mercado de trabalho por falta de oportunidades diante da exploração daqueles que acreditam serem os responsáveis pelo desenvolvimento do nosso país. Após a escravidão e no período da república, o preconceito racial impulsionou os negros a construírem o seu próprio espaço para combater o racismo: criação de jornais negros criticando as formas de preconceito praticadas e a Frente Negra Brasileira (1931-1937) que divulgava a política ativista em São Paulo e outros estados. Logo após os líderes negros foram chamados de intelectuais da “Elite Negra”, porque tinham ascensão social e exerciam profissões liberais, com alto nível educacional. Florestan Fernandes relatou que o movimento negro brasileiro modernizava os valores da sociedade e visava transformações democráticas.

Novas formas de mobilização surgiram no Brasil pós estado novo, e com o fortalecimento das forças mundiais antirracistas surgiram formas coletivas de combate em meados dos anos quarenta, isso quando o regime político oferecia mais abertura para manifestações civis. A primeira mobilização foi a União dos homens de cor (UHC), a segunda foi o Teatro experimental negro (TEM), e assim foram reveladas atrizes como Lea Garcia e Ruth Souza que se destacam até hoje.

Nos movimentos negros a participação da mulher é sempre garantida, mas elas encontravam empecilhos para ocupar o lugar de dirigente nas organizações políticas negras, e a presença delas se restringia a bastidores. Mas a partir dos anos oitenta isso mudou e elas começaram a ter suas associações políticas próprias. Beatriz Nascimento e Lélia Gonzalez foram duas intelectuais negras que refletiram sobre os efeitos do racismo sobre a população negra de modo amplo, como contribuinte da cultura nacional. Gonzalez publicou artigos e escreveu sobre os papéis sexuais, laborais e maternais herdados do passado escravista da mulher negra, criticou o negro machista, o feminismo dominante das patroas e a questão étnica racial e seus avanços.

As mulheres negras e seus primeiros grupos organizados surgiram durante as mobilizações contra a ditadura, formando o primeiro grupo fortalecido com experiências nas décadas de oitenta e noventa. Sueli Carneiro em seu artigo recente (2003) relata sobre as conquistas gerais das mulheres brasileiras, que ainda são prejudicadas pelo racismo e sexismo. As conferências mundiais foram fundamentais para a articulação de movimentos de mulheres negras, e assim o ativismo foi ganhando experiência na ação coletiva com o surgimento de organizações e fóruns de estudo mundiais e nacionais. Em 1980 a Constituição Federal e o centenário da abolição foram importantes para a mobilização coletiva negra, mas o Brasil ainda foi o último a abolir a escravatura moderna.

O movimento negro no Brasil vem buscando constituir sua cidadania cobrando leis que programam seus direitos, abrindo uma agenda de ações com demandas de  políticas direcionadas à população negra. O ideal coletivo do movimento negro atual deseja a reforma democrática em favor da igualdade de direitos e do pluralismo étnico racial visando à redução das desigualdades raciais no trabalho, na educação, na saúde, na luta pela ideia de universalidade, liberdade e igualdade. Pela primeira vez o estado brasileiro tem que reconhecer que ele é racista e que a sociedade é racista. Através desse reconhecimento muitas políticas surgiram, a aprovação da lei 10.639/2003 sobre o ensino da história afro-brasileira nas escolas e a criação da Secretaria para a promoção da igualdade racial é o começo de uma nova fase na política dos movimentos sociais em favor de políticas direcionadas à redução das desigualdades sociais, raciais e de gênero.


5 – Explicite que relação existe entre o que o texto problematiza e a sua atuação enquanto gestor/a:

As questões do movimento negro e das mulheres negras é uma situação que já começa ser bem abordada em nosso cotidiano hoje, apesar de não termos ainda em nosso município políticas públicas específicas.  Enquanto gestora em meu trabalho é possível perceber que a maiorias das mulheres negras e pobres com uma faixa etária entre quarenta e cinquenta anos ainda tem dificuldades para estudar e conseguir um bom emprego. Mas posso acrescentar que isso vem mudando há um bom tempo, e que atualmente, as mais jovens estão tendo mais possibilidade de estudar e ter um bom trabalho. Quando esse assunto também é tratado com crianças nesta fase inicial da aprendizagem, é provável melhorar ainda mais o futuro das mulheres negras no Brasil. Na roda de conversa diária juntamente com as crianças buscamos todos os assuntos atuais que prejudicam o convívio social e ajudam e fazemos uma reflexão, e com isso esses pequenos cidadãos estão entendendo o que é respeitar o próximo, e isso é essencial para a sociedade.

6 – Expresse alguma idéia ocorrida em relação ao seu trabalho depois da leitura e sistematização da unidade:

Diante do exposto no na unidade, e os acontecimentos atuais na luta contra a desigualdade racial, social e de gênero é plausível entender a situação da sociedade brasileira que hoje quer melhorar principalmente diante das cobranças mundiais. Já podemos ver inúmeras políticas públicas que visam mudar essas desigualdades existentes em nossa sociedade. Com a criação de secretarias para essas demandas e a implantação de algumas políticas públicas essa realidade já está mudando e será ainda melhor. A idéia ocorrida nesta unidade trata-se de uma ação que possa atingir mulheres de todo o município que estejam interessadas em entender sobre a situação política das mulheres no Brasil. A proposta é um encontro de mulheres no Centro de Referência de Ação Social do município para falar sobre: Formação Política da Mulher e sua Atuação na Sociedade.

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