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quarta-feira, 30 de maio de 2012
Conselho Municipal de Saúde de Boa Esperança
“O Conselho Municipal de Saúde é um
órgão colegiado, vinculado à Secretaria Municipal e faz parte dos mecanismos
criados pelo SUS para garantir o controle social do Sistema de Saúde nos
municípios. A formulação de estratégias para elaboração de planos de saúde e o
controle das políticas definidas estão entre as atribuições mais importantes do
conselho. Para que se possa cumprir o que a lei determina, o Conselho deve
exercer o controle social do SUS fiscalizando, planejando e controlando os recursos
destinados à área de Saúde no orçamento do Município. O Conselho deve ainda
fiscalizar o Fundo Municipal de Saúde e propor o Plano Municipal de Saúde na
Lei de Diretrizes Orçamentárias.”
Disponível em: <http://jararaca.ufsm.br/websites/saudesm/download/TextosInteressantes/Sumula81.pdf> Acesso em 30 de maio de 2012.
No município de Boa Esperança existe um
atuante Conselho Municipal de Saúde que é composto pelos seguintes membros:
Wanderson
Moral (Presidente)
Izau
Bispo dos Reis (Secretário Executivo)
David
Antonio Mendes (Conselheiro)
Adriana
Targa (Conselheira)
Franciele
Rafalski de Souza (Conselheira)
Antenor
Moreira dos Santos (Conselheiro)
Maria
Célia Faria Valani (Conselheira)
Aurentina
Araujo Froide (Conselheira)
Maria
Regina Faria Valani (Conselheira)
Antonio
Bolsanello (Conselheiro)
Fernanda
Siqueira Sussai (Conselheira)
Marcos
Fernandes Alves (Conselheiro)
José
Maria Rafalski (Conselheiro)
Lei 1063 altera_lei_562_90_conselho_saude
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segunda-feira, 28 de maio de 2012
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS
O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS é um
conjunto de todas as ações e serviços de saúde prestados por órgãos e instituições
públicas federais, estaduais e municipais, da administração direta e indireta e
das fundações mantidas pelo Poder Público.
Diante
do que foi estudado no módulo 05 sobre “democracia participativa”, a qual se
refere à organização de conferências, consultas públicas, a instituição de
ouvidorias, conselhos e mesas de negociação que contribuem expressivamente para
a constituição dos mecanismos de participação. Sendo assim a participação
contínua da sociedade na gestão pública é um direito assegurado pela Constituição
Federal, que permite a participação social na formulação das políticas públicas
e na fiscalização permanente da aplicação dos recursos.
O
funcionamento do SUS faz com que a área de saúde esteja entre as mais
democráticas, pois, além de comportar um alto grau de participação social, sua
gestão é um dos modelos de descentralização com maior êxito nos serviços
públicos brasileiros. A participação social é expressa pela existência e pelo
funcionamento de conselhos de saúde nos três níveis de governo.
Fonte de Pesquisa:
Sus principios (1)
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Elaboração de Projetos e Legislações
QUAL
O TEMA ABORDADO NA UNIDADE
Nesta unidade o objetivo e de nos orientar sobre a técnica de elaboração de projetos
vinculados à promoção da igualdade de gênero e racial. Também será apresentado
um resumo dos documentos relativos aos direitos de mulheres e a negros/as, um
roteiro para elaboração de projetos com recursos governamentais, além do Modelo
de Plano de Ação do II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres. Assim,
teremos condições de sermos ferramentas úteis para acompanhar e executar
a implementação de programas e projetos focados na promoção da igualdade de gênero e raça. Com o estudo desta Unidade seremos capazes de monitorar e avaliar a
implementação de programas e projetos de políticas públicas valendo-se dos
conceitos e ferramentas abordados na unidade.
QUAIS OS PRINCIPAIS CONCEITOS
APRESENTADOS NA UNIDADE
01) O planejamento como alicerce e
instrumento da gestão – A habilidade de gerir não
implica apenas estar ciente de seu lugar social, mas também ter condições de
operar na esfera pública ou privada. Nas interações sociais os
indivíduos constroem e desenvolvem práticas culturais localizadas espacial e
temporalmente. Assim, atuam como agentes, produzindo e incidindo cotidianamente
na vida em sociedade. Esse lugar de intervenção também deve ser um espaço de
reflexão do/a agente. Os/As gestores/as, por exemplo, também ocupam uma posição
singular, pois são cidadãos/cidadãs que percebem, criticam, reivindicam e, ao
mesmo tempo, têm o privilégio de operar no âmbito de uma organização, com
vistas ao atendimento das demandas sociais que se apresentam. Desse modo, o/a
gestor/a, enquanto agente social e formulador/a de política pública, está
submetido/a a algumas exigências. Dentre estas, o fato de possuir formação para
exercer a função é condição imprescindível. A habilidade de gerir não implica apenas estar ciente de seu lugar
social, mas também ter condições
de operar na esfera pública ou privada, dominando conhecimentos e meios que possibilitem a promoção de políticas capazes de minimizar as
desigualdades de gênero e raça.
É essencial que o/a gestor/a tenha
consciência de que sexismo, racismo e disparidades de gênero e intragênero
funcionam como mecanismos estruturantes das desigualdades, e que o combate ao sexismo,
ao racismo e a toda e qualquer outra forma de discriminação requer a criação de
políticas e de ações afirmativas, com a perspectiva de garantir a igualdade de
direitos entre homens e mulheres, entre brancos/as e negros/as. Este/a gestor/a
reconhece que é responsabilidade do Estado a garantia desta equidade, por meio
de políticas públicas focadas em gênero e raça.
Planejamento como
instrumento de elaboração da ação conforme referido, o
planejamento configura-se como a possibilidade de estabelecer um caminho para a
ação, fixar os objetivos a serem alcançados, calcular as atividades e os meios
para torná-los possíveis em determinado intervalo de tempo. Um bom planejamento
na área da gestão de projetos é uma condição para que se viabilize o alcance
das metas e o domínio das diferentes etapas do processo. No entanto, no caso
específico do/a gestor/a de políticas públicas, alcançar o patamar de bom/boa administrador/a pressupõe também
incorporar uma cultura democrática e
inclusiva à própria gestão, caracterizada basicamente pelo “aperfeiçoamento de práticas adequadas, voltadas
para o processo de tomada de decisão” (Campos, Abegão & Delamaro,
2006). Alguns elementos devem ser considerados na construção dessa cultura da
gestão, dentre os quais se enfatizam o compromisso ético, o perfil de gestor/a
e o conhecimento do contexto.
O compromisso
ético é aqui entendido para além de um conjunto de valores morais fundados na lisura e na honestidade, mas como uma atitude de comprometimento da/o gestora/o com os resultados efetivos das
ações, com as expectativas do
público-alvo e, ainda, com a
transformação positiva das condições sociais. Isto significa que não se
deve ficar preocupado somente em agir de forma transparente, cumprindo os
editais de licitações e os prazos de prestação de contas ditados pelas legislações
e/ou instituições públicas. Espera-se também do/a gestor/a uma atuação que não
se restrinja a um gerenciamento circunscrito aos órgãos públicos, mas que
desenvolva competências capazes de perceber e considerar os anseios e as
reivindicações manifestados pelos movimentos
de mulheres, brancas, negras e das diversas
etnias, de modo a assegurar as mudanças esperadas.
No que se refere ao perfil, o/a gestor/a deve buscar uma visão crítica, interrogando-se continuamente sobre o sentido
de seu agir, com condições de explicitar os problemas que possam surgir no
decorrer do processo. O/A gestor/a, planejando bem as ações, será capaz de
identificar suas limitações e recorrer à formação complementar, ou ainda,
quando perceber que não tem condição de sanar um problema sozinho/a, capacitar
os/as executores/as por meio de contratação de consultoria ou cooperação
técnica com especialista. Cabe ao/à gestor/a, também, conhecer as competências dos/as
profissionais envolvidos/as e primar para que estes/as correspondam às demandas
do projeto em curso.
Completando o tripé de elementos que perfazem
o que denominamos de cultura da gestão, está o conhecimento do contexto de intervenção, abordado aqui como
condição intrínseca ao papel do/a gestor/a e elemento imprescindível à
realização de seu planejamento.
Cabe destacar que o planejamento é iniciado
bem antes do/a gestor/a elaborar um projeto, conforme visto na Unidade 2. Estas
qualidades são essenciais para que sejam alcançadas a eficiência, a eficácia e
a efetividade nas políticas públicas em geral e, notadamente, nas de gênero e
raça.
A importância de
investigar, identificar e compreender as demandas sociais
Conforme abordado anteriormente, é
imprescindível que o/a gestor/a conheça o contexto em que irá desenvolver
determinado projeto social e tenha condições de planejar e definir ações que
alterem de forma positiva a situação. Espera-se também que, distinguindo as
variáveis que implicam a resolução de um problema, adquira-se uma noção
realista do esforço, assim como do custo necessário à intervenção. Por exemplo,
um projeto de formação profissional que vise aumentar ou possibilitar renda às
mulheres numa dada comunidade deve levar em conta diferentes aspectos, desde a
existência de uma creche que acolha os/as filhos/as das mulheres que
participarão do curso de formação até uma pequena pesquisa para levantar as
demandas do mercado de trabalho local.
Todo projeto possui o que se denomina público-alvo, que pode ser
caracterizado por sua localização geográfica, faixa etária, uma questão
específica, pertencimento racial, de gênero etc. Logo, o público-alvo direto
desta proposta são as mulheres brancas e negras.
Já os diferentes grupos que poderão ser
contemplados com projetos relacionados às temáticas de gênero e raça são os
beneficiários indiretos.
Cabe ressaltar que, além de conhecer o
público-alvo, o/a gestor/a deve saber que a focalização é mais um dos critérios
utilizados para formular projetos, pois recorta com maior precisão os/as reais
beneficiários/as diretos/as do projeto. Portanto, focar significa uma atuação
direcionada ao público-alvo estabelecido, atentando para as distintas
particularidades e especificidades, em nosso caso, das mulheres. Por esta
razão, é preciso conhecer
detalhadamente as características do público-alvo, pois somente assim
será possível desenhar um projeto
adequado às suas necessidades e características socioculturais. Neste
curso tem-se afirmado e demonstrado repetidas vezes que uma política pública
composta por programas que não percebam as questões relativas ao feminino e às
relações étnico-raciais corre o risco de ser inadequada em função da
complexidade dos aspectos envolvidos.
Vale reforçar que a premissa para um bom
projeto é o conhecimento do contexto e,
assim, os benefícios e os resultados se tornam mais satisfatórios. Definindo o
foco, controlamos os recursos e temos condições de prever as possíveis
insatisfações, o que possibilita ampliar o impacto positivo produzido pelo
projeto.
Um último aspecto a ser destacado consiste no
papel dos/as beneficiários/as do projeto. Um/a gestor/a que conhece o
público-alvo com o qual vai atuar e a complexidade da problemática em que este
grupo está inserido deve ser capaz de envolvê-lo no processo de transformação
de determinada realidade. Ressalta-se que a população beneficiária é grande conhecedora de suas reais necessidades,
uma vez que vivencia os problemas em
seu cotidiano. Tomemos como exemplo as mulheres negras que, em
particular, sofrem os impactos do racismo, mesmo que não tenham vivido
situações explícitas de discriminação racial. Muitas podem não saber como lidar
com a situação ou resolvê-la. Entretanto, quando as ações para solucionar ou
minimizar tal problema são definidas sem qualquer participação destas mulheres,
pode-se não ter adesão ao projeto e se obter resultados muito aquém do
esperado. Desse modo, o êxito de uma intervenção social depende também da
capacidade do/a gestor/a de escutar os/as destinatários/as da ação e
compreender suas demandas.
”
02) A
relevância da disponibilidade dos recursos – Planejar
adequadamente a gestão garante a racionalidade no uso dos recursos. Uma
das principais orientações na gestão de políticas públicas é a necessidade de
saber operar diferentes recursos para o sucesso de um empreendimento.
Um pressuposto relevante é a avaliação exata
ou, pelo menos, aproximada dos recursos disponíveis ao gerenciamento. O ato de
avaliar possibilita não apenas conhecer a dimensão das condições já existentes,
como também propicia saber quais meios serão necessários para atingir os
objetivos esperados. Portanto, planejar
adequadamente a gestão garante a racionalidade
no uso dos recursos.
Os três
elementos que constituem os
meios para a execução de um projeto – recursos humanos, materiais e financeiros – precisam ser pensados e estar associados. Um
projeto tende ao fracasso quando
dispõe de uma quantidade significativa
de insumos financeiros, mas seus
recursos humanos não são apropriados.
Nesse caso, um plano de trabalho bem feito identificará esta carência e irá
saná-la, seja com capacitação da equipe envolvida, seja mediante contratação de
profissionais especializados/as antes do desenvolvimento das atividades. Da
mesma maneira, o conjunto de recursos humanos deve estar articulado e
corresponder ao montante de equipamentos disponíveis ou necessários à
efetivação de um projeto. Em outros termos, uma gestão planejada reflete o
controle preciso das ações, dos recursos mobilizados, dos anseios dos/as
envolvidos/as e dos resultados. Conforme a especialista em planejamento e
gestão de projetos, Heloísa Lück,
projetos que estabelecem
objetivos e metas, sem efetivamente levar em consideração as condições para
implementá-los, podem não passar de sonho. Podem,
ainda, contribuir para a construção de
uma cultura de desperdício e fracassos crônicos,
uma vez que são realizados trabalhos e
despendidos recursos e energia, sem chance de sucesso (Lück, 2003:32).
Cabe abordar um último elemento, que deve ser
considerado de forma substantiva, no planejamento de uma ação: o tempo.
É função do/a gestor/a projetar o período
necessário para a execução da ação. Quando nos referimos ao tempo, é importante
evidenciar que aqui há duas dimensões: uma que envolve a duração do
planejamento e a elaboração de um plano de trabalho, ou seja, o tempo
despendido para planejar a ação; e outra, relacionada ao período de
implementação, que abarca o desenrolar da própria ação, ou seja, do projeto.
No que se refere à primeira dimensão, é comum
que gestores/as se queixem de estar perdendo tempo com análises prévias e
estratégias de ação. Estes/as profissionais acreditam que “tudo se pode
conhecer no processo”. Contudo, como já enfatizado neste Módulo, um dos pilares da cultura da gestão é o
planejamento, e este incide diretamente no tempo gasto no
desenvolvimento do projeto, uma vez que [...] o planejamento é apresentado como a estratégia fundamental para a economia e o bom uso do tempo. É
indicado que toda a hora aplicada em
planejamento eficiente economiza três ou quatro horas na execução, além
de produzir melhores resultados, maximizando
o valor do tempo despendido (Lück, 2003:37-38).
Para a fase de execução do projeto,
considera-se que se há um período menor de tempo para a realização de algo,
devemos ter maior atenção para bem utilizá-lo. Assim, o rol de atividades e a
condição dos equipamentos disponíveis, por exemplo, implicam a determinação do
tempo que deve ser estrategicamente mensurado. De outra forma, incorreríamos no
desperdício dos subsídios empregados, sejam eles humanos ou financeiros.
Para Sérgio Roberto Bacury Lira, o/a gestor/a de políticas públicas deve
ter como referência os seguintes pilares: planejamento, transparência, controle e responsabilidade, além da ética, fundamental para nortear sua
atuação na sociedade. Ainda segundo o autor, há alguns equívocos aos quais o/a gestor/a deve estar atento no trato
das decisões próprias à administração pública:
a. Não programar suas ações de forma
planejada, mas concebê-las no dia a dia, conforme a urgência de cada situação.
b. Não dar importância ao orçamento público,
considerando-o como entrave burocrático à sua administração.
c. Não gostar de descentralizar decisões, por
entender que isto significa perda de poder.
d. Não investir em capacitação nem tampouco
buscar as melhores referências profissionais.O seu foco é político e não
técnico.
e. Ter receio de ser transparente, por temer
questionamento em torno de suas ações.
f. Não ter o hábito de socializar informações
e de utilizá-las em sua estratégia de ação.
g. Tentar inventar a roda, quando poderia
aperfeiçoar e adequar para a sua realidade as situações já existentes.
h. Não acreditar que será punido se cometer
erros ou prejuízos à sociedade.
i. Administrar a coisa pública como se fosse
uma administração doméstica e baseada em contabilidade de botequim.
j. Não se preocupar em ser responsável do
ponto de vista legal, mas em ser eficiente do ponto de vista político.
A fase de elaboração e redação do Projeto
Básico e do Plano de Trabalho é de extrema importância, uma vez que é
determinante no que se refere ao futuro êxito do empreendimento. O/a gestor/a
ocupa uma posição singular, pois é ao mesmo tempo agente e componente da
sociedade, interventor/a e reflexivo/a. A prerrogativa para este lugar é
incorporar uma cultura de gestão baseada na ética, no compromisso social, em
uma visão crítica, possuindo a dimensão do que deve e pode ser realizado. Por
fim, é essencial uma boa administração dos recursos humanos, materiais e financeiros,
assim como gerir bem o tempo na execução de um projeto. Racionalidade no uso
dos recursos, além de menor custo aos cofres públicos e/ou financiadores,
também irá garantir o sucesso dos resultados, meta perseguida pelo/a
cidadão/cidadã comprometido/a social e politicamente com uma causa, e que está
na condição privilegiada enquanto gestor/a.
a. Princípios e
Métodos na elaboração de projetos. Todo
projeto,
mesmo surgido em condições consideradas ideais, ou seja, aqueles que dispõem de
antemão de recursos materiais, financeiros e humanos, deve cumprir um encadeamento de sete etapas articuladas:
formulação/elaboração,implantação/execução,monitoramento/fiscalização
e avaliação. A
leitura dessa metodologia proposta deve ser capaz de instruir e orientar, mas
nunca impedir a criatividade e a sensibilidade necessárias à elaboração de um
projeto. Como estudado na Unidade 2, projeto é a unidade mínima de destinação de
recursos que, por meio de um conjunto integrado de atividades/ações, pretende
transformar uma parcela da realidade, suprindo uma carência ou alterando uma
situação-problema. Ele deve estar vinculado à implementação de um Programa. Por
esta razão, os projetos sociais de
enfrentamento das desigualdades de gênero e raça precisam dialogar com os programas
e as políticas contidos no II PNPM e no PLANAPIR.
Na acepção geral, projetos são ferramentas de
ação que delimitam uma intervenção quanto aos objetivos, metas, formas de
atuação, prazos, responsabilidades e avaliação. Projetos sociais constituem uma forma de organizar ações para transformar determinada realidade social; são
construções de um grupo de pessoas que
deseja transformar boas idéias em boas
práticas. Projetos sociais locais bem-sucedidos, elaborados e
implementados pela sociedade civil organizada podem e devem, inclusive,
integrar-se às ações de governo municipais, estaduais ou de instância federal
e, assim, serem replicados em escala maior, gerando políticas públicas, cujos
impactos para a coletividade serão mais substantivos e benéficos. Por fim,
consideramos importante destacar as orientações
acerca do que não deve ser feito, como recomenda Lück (2003:30):
• Gastar recursos sem que nos dêem
resultados, produzindo o desperdício, o que significa o agravamento da situação
que objetivamos resolver, uma vez que os recursos são escassos e sujeitos à
fiscalização por outras instâncias.
• Suscitar esperanças fugidias e destruir a
credibilidade da organização.
• Promover a desesperança dos distintos
envolvidos, inclusive para ações futuras.
• Criar a cultura do “faz de conta”, da ação
sem comprometimento e da prática inconsequente.
• Gerar a cultura do fracasso.
• Estabelecer dificuldades de gestão.
03) Roteiro para
elaboração de Projetos - O estudo do tema já
demonstrou a importância da análise da situação-problema sobre a qual se deseja
atuar para transformar de forma concreta uma determinada realidade social. A
elaboração do projeto deve atender aos objetivos descritos na ação escolhida,
atentando para os critérios estabelecidos nas Chamadas Públicas, nas Normas Técnicas
e nos Termos de Referência. As ações
contidas no Plano Plurianual (PPA) indicam os objetivos a serem atingidos e
norteiam as atividades a serem realizadas.
Para a elaboração dos documentos
técnicos para celebração de convênios é preciso consultar a Instrução Normativa da Secretaria do Tesouro
Nacional nº 1 de 15/01/1997, que dispõe
sobre a celebração de convênios,
bem como suas alterações, a Lei
de Diretrizes Orçamentária e a Lei Complementar 101 de 04/05/00 (Lei de
Responsabilidade Fiscal). Nos casos dos
Termos de Parcerias firmados com
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs), é necessário
seguir as orientações da Lei
9.790 de 23/03/99 e o Decreto 3.100 de 30/06/99.
Apresentaremos a seguir, de forma
sucinta, os itens necessários para a elaboração do Projeto Básico e do Plano de
Trabalho com foco em gênero e raça.
1.
Projeto Básico - O primeiro documento técnico a
ser elaborado e enviado para a celebração de convênio é o Projeto Básico, no
qual devem ser detalhadas todas as informações técnicas necessárias ao apoio
financeiro:
características do projeto
pretendido, indicação do Programa e Ação em que se insere a proposta, cronogramas
físico e financeiro, valor da contrapartida financeira, dentre outras.
Segue-se, basicamente, o seguinte roteiro:
1.1 Considerações
Gerais sobre a instituição
Proponente Explicitar,
de forma sucinta, a natureza e os objetivos do órgão ou instituição, bem como
seu comprometimento com as políticas de promoção da igualdade de gênero e/ou de
raça, e a ligação do projeto com a efetivação das ações governamentais previstas
nos planos, nos programas e nas ações em vigor. No caso de órgãos do poder
público, cabe destacar, quando couber, a existência de ações nas temáticas de
gênero e raça sob sua responsabilidade, e o montante de recursos destinados a
este fim.
1.2 Justificativa
Fundamentar a
pertinência e a relevância do projeto como resposta a um problema ou
necessidade identificada de maneira objetiva, enfatizando os aspectos qualitativos e quantitativos.
Devem ser incluídos na justificativa o diagnóstico
e os indicadores sobre a temática proposta e, especialmente, se houver, a análise
da situação em âmbito municipal, estadual ou nacional, conforme a abrangência
das ações a serem executadas.
1.3 Objetivos
Com base na justificativa apresentada,
definir – de forma explícita – o que se pretende alcançar com o projeto.
1.4 Objetivos Específicos
Corresponde às ações que se propõe executar
visando à implementação do projeto. Os objetivos
específicos devem ser realizados durante o prazo estipulado para a
conclusão do projeto e precisam guardar plena
coerência com as metas e os resultados esperados.
1.5
Metas/Produtos/Resultados Esperados
As metas são os resultados parciais a serem
atingidos; devem ser concretas e expressar a quantidade e a qualidade do
objetivo. A clara definição das metas possibilitará a avaliação do resultado da
ação.
Para descrever
as metas, é preciso responder: o que almejamos? Para que e quanto queremos?
Por fim, é necessário verificar
se as metas descritas contemplam todos os objetivos específicos.
1.6
Público-alvo
O público-alvo serão os/as beneficiários/as diretos/as do projeto.
Ele deverá ser quantificado e caracterizado
a partir de critérios, como faixa etária, sexo, raça, etnia,
vulnerabilidade social, situação de domicílio (rural/urbano), entre outros.
1.7
Metodologia/Estratégia de Ação
Nesta parte é fundamental explicar como o projeto vai atender aos seus
objetivos, de que forma as atividades serão realizadas, como serão
coordenadas as atividades, se o grupo diretamente envolvido participará e de
que maneira, além de identificar as parcerias envolvidas no projeto.
1.8.
Prazo
Deverá estar claramente definido
o prazo de duração do projeto, preferencialmente em dias ou meses. Para tanto,
precisará ser levado em consideração o período necessário para a concretização de
cada meta. Para a determinação do prazo
deve-se levar em consideração o
grau de dificuldade para a conclusão
de cada etapa do projeto.
1.9
Sustentabilidade
Neste item é preciso descrever de
que modo o projeto terá continuidade após seu término, levando-se em conta os
aspectos econômicos e sociais.
1.10
Detalhamento dos Custos
Para melhor entendimento, o
detalhamento deverá ser apresentado por meio de uma tabela, na qual constará a
descrição de todos os itens, quantidades e valores unitários e totais a serem
financiados com recursos públicos. O detalhamento
dessas despesas, necessariamente, deverá guardar coerência com o objeto proposto. Despesas para aquisição de bens de capital só serão possíveis se a proponente for órgão público.
1.11
Declaração de Contrapartida Este item refere-se aos recursos financeiros que deverão ser
oferecidos pelo/a proponente para o desenvolvimento do projeto. Este recurso
poderá ser também em bens e serviços; no entanto, deverão ser mensurados
financeiramente.
1.12
Declaração de Adimplência
Esta declaração deverá ser
elaborada e assinada pelo/a responsável pela instituição proponente, atestando
que a mesma não se encontra em débito junto a qualquer órgão da administração
pública.
2.
Plano de Trabalho
O Plano de Trabalho traz os dados
cadastrais da instituição proponente e um resumo do projeto. O Plano de Trabalho é uma forma mais
objetiva de apresentar o Projeto Básico. Assim, é composto por algumas
planilhas, que buscam contribuir para melhor planejar a implementação do
projeto.
Apresentamos as planilhas
consideradas essenciais:
2.1 Cronograma
de Execução
O cronograma de execução deverá
retratar as metas e as
etapas, com as especificações, o indicador físico, o valor, as
realizações físicas de acordo com as unidades de medidas, a unidade de medida,
o início e o término da execução de cada uma até a finalização do prazo
previsto para a conclusão do projeto. É importante ressaltar que as metas listadas neste item devem estar de acordo
com o previsto nos objetivos específicos informados no Projeto Básico.
2.2
Plano e Aplicação Refere-se ao desdobramento da
alocação dos recursos no transcorrer do projeto. A alocação dos recursos e a
sua consequente utilização devem estar agrupadas por tipos de gastos, que
precisam ser correspondentes aos elementos de despesa, de acordo com a
legislação vigente.
2.3
Cronograma de Desembolso
a. Do Concedente: preencher,
dividindo o valor total do projeto em, no máximo, duas parcelas, se possível,
prevendo os valores que serão gastos com as etapas a serem realizadas naquele
período. A indicação de até duas parcelas é efetuada tendo em vista que a
legislação exige que, a partir da terceira parcela, o proponente deve prestar
contas parciais da primeira parcela. No caso de quatro parcelas, prestará
contas da segunda, e assim sucessivamente.
b. Do Proponente: registrar o
valor a ser desembolsado pelo proponente. Nesta parte, o proponente poderá
escolher em quantas parcelas irá disponibilizar sua contrapartida, sendo que
elas não poderão exceder o prazo final do projeto.
EXPLICITE QUE RELAÇÃO EXISTE ENTRE O QUE
O TEXTO PROBLEMATIZA E A SUA ATUAÇÃO ENQUANTO GESTOR
A problemática trazida em
discussão nesta unidade me faz perceber que, a elaboração dos projetos tem que
ter amparo na legislação vigente, e seguir as normas de padronização exigidas
pelos órgãos fiscalizador, isso proporcionará a execução do projeto de forma
equilibrada, atendendo as diretrizes da Lei Orçamentária, do Plano Plurianual,
Lei de Responsabilidade Fiscal e acima de tudo as normas de ordem
constitucional. O gestor com essas ferramentas e uma equipe afinada com a
legislação, certamente a gestão atenderá os princípios constitucionais e as
diferenças de gênero e raça será página virada.
Com estas ações enquanto gestor procuro respeitar os direitos consagrados na Constituição
Republicana, garantindo acesso aos direitos sociais, saúde, educação e
segurança.
EXPRESSE ALGUMA IDÉIA OCORRIDA EM
RELAÇÃO AO SEU TRABALHO DEPOIS DA LEITURA E SISTEMATIZAÇÃO DA UNIDADE
Na
execução dos projetos, percebo uma evolução considerável na aplicação correta
dos recursos públicos, no entanto, ainda falta conhecimento técnico aos legisladores
e aos executores dos projetos, isso causa prejuízo ao erário público, e promove
as desigualdades sociais.
sábado, 26 de maio de 2012
Monitoramento e Avaliação de Programas e Projetos
Qual o tema abordado
na unidade
|
A unidade expõe toda a temática acerca da avaliação e
monitoramente de ações voltadas para políticas públicas. Perpassando pelas
ações como as conferências, elaboração de Planos Plurianuais que são
instrumentos importantes para fiscalização/avaliação da população das
políticas públicas, programas e projetos que são desenvolvidas em suas
cidades.
O monitoramento e avaliação vêm contribuindo para
implementação das políticas, desde o momento que a sociedade passou a
perceber sua importância para o controle social. é com estes instrumentos que
atualmente podemos gozar de ações que trazem benefícios efetivos para toda
sociedade, visto que foi averiguado por meio das avaliações as necessidades
reais da população é com isso foi possível elaborar projetos que são chaves
centrais para o desenvolvimento sustentável de todo o país.
|
Quais os principais
conceitos apresentados na unidade
|
Monitorar e avaliar: O monitoramento e avaliação começaram a ser
utilizados com o objetivo de
assegurar nas políticas sociais maior
grau de efetividade e sustentabilidade, trazendo assim mudanças na
concepção e na forma de implementação de políticas e ações governamentais.
A
sociedade organizada vem demandando transparência na gestão de recursos
públicos, e com isso ocorre um aumentado significativo na utilização dos
métodos de avaliação sistemática das ações empreendidas pelo governo.
Esta
participação da sociedade na formulação das políticas públicas reflete em
todas as áreas da gestão pública, e ainda fortalece a democracia
participativa contribuindo também no processo de decisão dos rumos políticos
que poderá trazer mudanças para toda a população. A essa atitude por parte da
sociedade pode-se chamar de Controle
social quer dizer desenhar mecanismos
de prestação social de contas e avaliação de desempenho próximo da ação.
Monitoramento:
Para se iniciar um desenho
de monitoramento, é necessário fazer um mapeamento das ações para o alcance dos
objetivos e das metas propostos em cada etapa prevista, observando os prazos
estabelecidos para seu cumprimento.
É por meio do monitoramento que se pode identificar
em no tempo em que deseja as vantagens e os pontos frágeis na execução de um
programa e efetuar os ajustes necessários para melhoria dos resultados.
Em
se tratando de monitoramento os prazos são fundamentais para a avaliação da eficiência,
visto que tem a capacidade de produzir os resultados esperados/desejados com
o menor dispêndio de recursos.
Na
fase de monitoramento são utilizados indicadores de processo para sinalizar o
cumprimento de prazos e metas de cada ação. Esses indicadores constituem instrumentos essenciais para a condução do monitoramento e são definidos para todas as ações previstas,
sempre levando em conta os prazos
determinados para cada fase e/ou etapa do processo de implementação do projeto.
Para
efetuar o monitoramento dos indicadores de um programa/projeto é necessário
estabelecer uma frequência de acompanhamento dos indicadores.
Avaliação: A
avaliação é uma pesquisa social aplicada, sistemática, planejada e dirigida, destinada
a identificar, obter e proporcionar de maneira válida e confiável informação suficiente
e relevante para apoiar um juízo sobre o mérito dos diferentes componentes de
um programa.
A
avaliação permite compreender todas as dimensões de uma ação para estimular
seu aperfeiçoamento. É por meio dela que é possível tomar decisões acerca de diferentes
fases da formulação e da implementação de políticas públicas.
Dentre
os tipos de avaliação podemos destacar
a de processo em que sua finalidade é julgar se a intervenção está sendo
implementada conforme planejado, se a população-alvo está sendo atingida, se o
cronograma está sendo cumprido, se os recursos estão sendo usados com eficiência.
Para
monitorar e avaliar o grau em que se alcançam os objetivos e metas, é
necessária a criação de instrumentos, como os indicadores de resultado, que eventualmente
com o auxílio de outros instrumentos, também irão medir os impactos daquela
intervenção governamental.
Outro
indicador que mercê destaque é o de
sustentabilidade, visto que os gestores das atividades em execução deverão se preocupar com a permanência dos resultados da ação,
após a avaliação final da
política.
Sistemas de Informação / Avaliação e Monitoramento do Plano
Plurianual: O
monitoramento da execução orçamentária, a avaliação e a revisão do Plano
Plurianual (PPA) são as peças básicas do ciclo de gestão que, a partir da
perspectiva de médio prazo, integrados ao longo de quatro exercícios,
viabilizam o alcance dos objetivos de governo. O monitoramento consiste
no acompanhamento contínuo da execução físico-financeira das ações e dos
programas do PPA, possibilitando análises para a identificação e a superação das
dificuldades enfrentadas.
O monitoramento é um processo permanente de coleta, análise e sistematização
de informações e de verificação
do andamento de um programa, em comparação com o desempenho pretendido.
A avaliação anual do PPA é o principal insumo da
revisão do PPA, já que
envolve a participação de gerentes de programas, Órgãos Setoriais e o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MP). Os resultados da avaliação ajudam a apontar problemas
de execução e indicam oportunidades de melhoria na programação dos
órgãos.
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Explicite que relação
existe entre o que o texto problematiza e a sua atuação
Expresse alguma idéia
ocorrida em relação ao seu trabalho depois da leitura e sistematização da
unidade enquanto gestor/a
|
A cerca do monitoramento e avaliação de programas e projetos,
pude presenciar numa Conferência Municipal uma discussão ocorrida sobre a
quantidade de ruas que recebiam os serviços de esgoto tratado na região.
O Palestrante da cidade de Vitória levou para o município de
Boa Esperança o resultado de uma pesquisa que avaliou em loco e por meio de
pesquisas documentais o quantitativo de esgoto tratado no município. A
população presente desconhecia aqueles números, consideram que era maior do
que o apresentado pelo especialista. Quando ele começou a explicar o que é
efetivamente esgoto com a destinação correta, os presentes puderam constatar
que realmente o que ele trazia como resultado era verdadeiro.
As pessoas que estavam presentes naquela conferência só deu
credibilidade ao que o palestrante estava apresentado, devido a formulação
que a avaliação estava feita, pode-se perceber que houve planejamento para
desenvolver a pesquisa, o monitoramento ocorreu in loco diariamente por
técnicos especialista no resultado que desejavam alcançar. Sendo assim, a
avaliação passou naquele momento a ter importância significativa para aquela
população, trazendo informação com embasamento técnico.
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Marcos históricos, conceituais e institucionais das políticas de gênero e raça
Qual o tema abordado na Unidade:
O
texto vem mostrar as últimas décadas do Século XX que foram palco de grandes
transformações na economia mundial, como por exemplo, a globalização, os
movimentos sociais, a criação das secretarias para as mulheres e a secretaria
de políticas publicas de promoção da igualdade racial no Brasil.
O
avanço na participação contínua da sociedade na gestão pública que é um direito
assegurado pela Constituição de 1988, que permite a participação social na
formulação das políticas públicas e na formulação permanente da aplicação de
recursos dentro das instituições públicas. A unidade deixa claro o direito de
assegurar espaço de participação mais expressiva de mulheres e negros, na luta
política para a implementação de estratégica da transversalidade de gênero e
raça no Governo.
O
texto nos mostra os grandes desafios a serem alcançados pelo governo e pela
sociedade civil na contemporaneidade, na área dos direitos humanos e na
implantação de políticas públicas em gênero e raça. A criação das Secretarias
de Políticas para Mulheres e da Secretaria de Políticas de Promoção da
Igualdade, no Governo de Luís Inácio Lula da Silva foi um marco na história de
milhares de mulheres do País.
Quais os principais conceitos
apresentados na unidade:
Globalização e movimentos sociais: novos
desafios para o estado e a sociedade: O que marca a diferença no
século XX é o caráter transnacional da articulação dos movimentos, sua maior
visibilidade e centralidade na agenda política da maioria dos países. As
grandes conquistas contribuíram para que os movimentos sociais transcendessem
as fronteiras locais e nacionais, de modo a articularem objetivos comuns.
De
acordo com a autor (Sche-rer-Warren, 2006:13) os chamados “novos” movimentos
sociais ampliaram sua abrangência, que passou a compreender reivindicações de
identidade, reconhecimento e redistribuição, com o fim da centralidade do movimento
operário Por sua vez, reorganizaram-se em redes transnacionais, com novas
demandas e investimentos nas transformações culturais, como as formas
discriminatórias e de dominação nas relações de gênero, étnicas, etárias, ecológicas,
de apropriação de patrimônios históricos e culturais, conflitos bélicos e
outras.
Em
1999, a Assembléia Geral da ONU adotou o Protocolo Facultativo à Convenção sobre
a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher, assinado em
2001 pelo governo brasileiro e ratificado pelo Congresso Nacional em 2002.
Garantiu
às mulheres o acesso à justiça internacional, de forma mais direta e eficaz, em
caso de falha ou omissão do sistema nacional, na proteção de seus direitos.
A
Plataforma de Ação de Durban, da qual o Brasil é signatário, reconheceu, diante
da comunidade internacional, a luta contra o racismo como uma questão
prioritária. A Plataforma também se comprometeu a “intensificar os esforços
para garantir o exercício, em igualdade de condições, de todos os direitos
humanos e liberdades fundamentais para todas as mulheres e meninas que
enfrentam múltiplas barreiras para seu fortalecimento e avanços, em virtude de
fatores como raça, idade, língua, origem étnica, cultura, religião,
incapacidade/deficiência, ou por integrarem comunidades indígenas”.
Redemocratização e reforma do estado no Brasil:
O
texto mostrar no Brasil é apontado três momentos decisivos na
transformação do Estado: o primeiro corresponde ao período Getúlio Vargas
(1937-1945), quando ocorreu uma estruturação das bases do chamado
nacional-desenvolvimentismo, O Estado passou a atuar como regulador ou
empreendedor de certas atividades econômicas, visando estimular a
industrialização e a modernização do país.
O
segundo momento corresponde ao período do regime militar (1964-1985), com seu
Decreto-lei nº200, ampliando a Administração Indireta, que passou a atuar em
bases empresariais, Tratava-se do chamado “Milagre Econômico”
que, por um lado, favorecia as classes médias e altas, enquanto, por outro
lado, os segmentos populares viviam em condições de marcada injustiça social.
Em meados da década de 1970 esse projeto entrou em crise e, simultaneamente, as
lutas por liberdade e democracia se intensificaram.
O
terceiro momento tem como marco a nova Constituição de 1988, com o
fortalecimento dos princípios da legalidade e da publicidade, a partir do controle
externo e da descentralização, As primeiras medidas tomadas no sentido
da redução de seu papel ocorreram no governo Fernando Collor (1990-1992), e
eram dirigidas à privatização, à liberalização comercial e à abertura da
economia.
Por uma Democracia Participativa no
Brasil: O mundo vivia uma conjuntura de bipolarização política:
de um lado, o sistema capitalista e, de outro, o socialista. Estava em curso a
chamada Guerra Fria. Na América Latina e em alguns países da América Central,
os movimentos operários e camponeses lutavam por melhores salários, por seus
direitos sociais e pela posse da terra.
Os
golpes de estado instituíram as ditaduras militares como meio de controle sobre
os movimentos populares. No Brasil, após o golpe de 1964, os militares instituíram
o modelo desenvolvimentista, com o processo de industrialização acelerada, com
controle rígido do movimento operário e social.
A
Reforma do Estado tornou-se, portanto, um tema central na agenda política
mundial. Simultaneamente, foi preciso
responder às insatisfações geradas pelos modelos institucionais precedentes e
pelos chamados “novos” movimentos sociais, que passaram a inserir temas não
abordado pelos partidos, como o feminismo, as questões raciais e étnicas, a
ecologia, a defesa do consumidor. Tais reformas não resolveram
problemas sociais básicos, tanto no Brasil como nos demais países da América
Latina. O enxugamento do aparato do Estado mostrou-se ineficaz.
A democracia participativa: A
organização de conferências, consultas públicas, a instituição de ouvidorias,
conselhos e mesas de negociação contribuíram expressivamente para a
constituição dos mecanismos de participação, A participação contínua da
sociedade na gestão pública é um direito assegurado pela Constituição Federal,
que permite a participação social na formulação das políticas públicas e na fiscalização
permanente da aplicação dos recursos.
A
intensa participação da sociedade civil na formulação de políticas públicas tornou
o governo mais permeável
às demandas dos movimentos sociais, como o das mulheres e negros/as, que
ganharam mais força e expressão nos anos 1980 e 1990, criando Conselhos de
Direitos e Secretarias, como a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) e
a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), que têm como
objetivo gerar impactos em todas as áreas de atuação atinentes ao governo, de
modo a promover uma efetiva cidadania das mulheres e dos segmentos raciais discriminados,
considerando a formulação, a implementação e a avaliação de políticas públicas.
A efetivação de Políticas Públicas de
Gênero e Raça: Já os dados sobre o perfil populacional
demonstram um novo contorno em relação ao quesito raça/cor. Houve um aumento da
população feminina e masculina que se identifica como parda e uma redução nas
declarações de cor/raça preta e branca. Há um consenso crescente de que é
necessário o incremento de ações envolvendo um ou mais poderes do Estado para o
combate à pobreza, às desigualdades, às discriminações e à exclusão social,
como eixos centrais das políticas públicas e como condição para o
desenvolvimento.
Princípios e conceitos de interseccionalidade,
intersetorialidade e transversalidade: Os
conceitos de interseccionalidade, intersetorialidade e transversalidade na
gestão pública não são sinônimos. Contudo as políticas públicas devem se articular
para contribuir, para a superação das desigualdades econômicas, de gênero e
raça/etnia.Apesar de as demandas sociais serem definidas setorialmente, as
respostas a elas dizem respeito à ação de mais de uma política, o que evidencia
as relações de interdependência entre os diversos setores.
A
intersetorialidade é um conceito mais difundido na administração pública
brasileira. Compreende a perspectiva de que a gestão das políticas sociais e,
conseqüentemente, dos serviços públicos, deve ser realizada por meio de ações
integradas.
A
perspectiva da transversalidade de gênero e raça também apreende a dimensão
interseccional da desigualdade e deve compreender ferra-mentas analíticas de
articulação de múltiplas diferenças e desigualdades. Cabe chamar a atenção para
o fato de que toda a ação transversal é concomitantemente intersetorial, ou
seja, envolve mais de uma política, enquanto muitas ações intersetoriais não
atendem à transversalidade de gênero e raça, não incorporam as especificidades
de mulheres e grupos raciais discriminados.
A Secretaria de Políticas para as
Mulheres: Origens, Missão Institucional e Estratégias de Gestão: No
início do Governo de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003, foi criada a
Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), que veio atender a essa
demanda. Inspirada no princípio de
igualdade de condições entre homens e mulheres, a SPM fomenta estratégias para
o desenvolvimento de políticas para as mulheres e tem como atribuições propor,
coordenar e articular um conjunto de políticas públicas dirigidas à eliminação
de todas as formas de discriminações de gênero, à consolidação de plenos
direitos humanos e à cidadania para as mulheres.
A
criação do I Plano Nacional de Políticas Para as Mulheres foi de suma
importância na luta em prol do reconhecimento dos direitos espaços de poder e
decisão; desenvolvimento sustentável no meio rural, na cidade e na floresta;
direito das mulheres a terra, à moradia digna e à infra-estrutura social;
cultura, comunicação e mídia igualitárias, democráticas e não-discriminatórias;
enfrentamento do racismo, do sexismo, da lesbofobia e das desigualdades geracionais
que atingem as mulheres, com especial atenção às jovens e às idosas.
O
texto mostrar também os principais desafios: a necessidade de ampliar o número
de estados e municípios dotados de organismos de políticas para as mulheres;
aumentar o orçamento destinado às políticas para as mulheres e a produção de
dados desagregados por sexo/cor; o fortalecimento de mecanismos institucionais
de políticas existentes para as mulheres e a incorporação da transversalidade
de gênero nas políticas públicas; o compartilhamento, entre mulheres e homens,
das tarefas do trabalho doméstico e de cuidados, e a descriminalização do
aborto
A Secretaria de Políticas de Promoção da
Igualdade Racial: Origens, Missão Institucional e Estratégias de Gestão:
A
Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEP-PIR) é responsável
pela formulação, coordenação e articulação de políticas e diretrizes para a
promoção da igualdade racial e proteção dos direitos dos grupos raciais e
étnicos discriminados, com ênfase na população negra. Reconhece como originária do histórico movimento negro
do Brasil e se pauta no reconhecimento de que o racismo consiste em um elemento
fundante do Estado brasileiro, pois as estruturas da vida social, da produção e
da apropriação de bens – materiais e simbólicos – e as esferas de poder no país
são permeadas por desigualdades étnico-raciais. A ênfase na população negra é
decorrente também do fato de este ser o primeiro grupo étnico-racial a se
organizar politicamente no país, com vistas a promover a superação do racismo.
Na
Constituição Federal de1988 alguns princípios favoráveis à luta antirracismo no
país, como o reconhecimento do direito de posse da terra às comunidades quilombolas
e a criminalização da discriminação racial – marco jurídico que passou a
disciplinar e a coibir a prática do racismo.
Em
2009 foi lançado o Plano Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Planapir),
que abrange a implementação de políticas públicas nas áreas do trabalho,
emprego e renda, cultura e comunicação, educação, saúde, segurança pública,
infra estrutura, desenvolvimento social e segurança alimentar e relações
internacionais.
Na
área da saúde, é concedida ênfase à ampliação da política nacional de saúde
integral da população negra e à promoção da integralidade, com equidade.
Na
área da educação, trata-se de buscar o estímulo ao acesso, à permanência e à
melhoria do desempenho de crianças, adolescentes, jovens
e adultos das
populações negras, quilombolas,
indígenas, ciganas e demais grupos discriminados em todos os níveis, da educação infantil ao ensino superior, considerando as modalidades de
educação de jovens e adultos e a
tecnológica.
Explicite que relação existe entre o que
o texto problematiza e a sua atuação enquanto gestor/a:
O
Município que trabalho e moro tem 14.199 pessoas, pequeno no tamanho e na
população e do mesmo modo na luta pela igualdade de gênero e raça. Não possui
nenhuma ONG que luta pelos direitos da população, não existe no Município o
Conselho do Idoso e da mulher, onde os mesmo podem reivindicar os seus direitos
e participar das decisões e na formulação de políticas públicas voltadas no
reconhecimento dos direitos.
Sou
Assistente Social e trabalho com 60 famílias que recebem o Benefício do
Programa Bolsa Família e mais R$ 50,00 do Programa do Governo Estadual o Bolsa
Capixaba, mais um auxilio para que possam sair do estado de extrema pobreza. E
mesmo com essa ajuda vão ter muitas dificuldades para se emancipar devido a
vários fatores que levam a permanecerem nessa situação. Mas como toda regra tem
exceção, tem famílias que recebem o Benefício, mas trabalham e lutam para se
sustentarem, na maioria das casas que faço visita domiciliar, são famílias chefiadas
por mulheres que trabalham na roça e em casa, eu sempre ouço que o Programa
Bolsa Família ajuda no sustento da família, na compra de material escolar para
os filhos e em varias situações dentro da família.
Mas
trabalho com famílias que usam o dinheiro do Bolsa Família para comprar bebida
alcoólica, segundos os relatos dos vizinhos e até mesmo dos próprios familiares,realidades
do Brasil e dos Municípios que estão sem soluções para o enfrentamento das
Drogas, mas principalmente do Crack.
Expresse alguma idéia ocorrida em
relação ao seu trabalho depois da leitura e sistematização da unidade:
Eu
penso que o Governo Federal, está de parabéns nos investimentos no
enfrentamento das Desigualdades Sociais e nas Políticas Públicas que ajudam
essas famílias. As exigências que o Governo faz como a freqüência escolar e a
pesagem e o acompanhamento da Saúde da família, são de extrema importância,
percebo que existe muita preocupação em cumprir com as condicionalidades para
estarem recebendo o benefício, mas em minha opinião o Governo deveria exigir
mais dessas famílias para que as mesmas não se acomodem com o benefício,
ficando até sem trabalhar para não perder o mesmo.
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